Liam Rodrigues
A dança lenta ao som ritmado das ondas era quase hipnótica. Eu a segurava perto, o calor do corpo dela colado ao meu, como se estivéssemos moldados um no outro. Meus pés afundavam levemente na areia fria, contrastando com o calor que Priscila me provocava só por estar ali.
Mas então, um ronco repentino — e absurdamente melódico — veio da direção do estômago dela. Priscila riu, envergonhada, e escondeu o rosto no meu peito. Senti seus ombros tremerem e seu cheiro doce subir até mim como um abraço invisível.
— Desculpa! Acho que o spaghetti foi embora e o estômago pede bis... — murmurou, os olhos vivos e travessos faiscando contra o luar.
Ri, sentindo um calor apertar no peito. Ela era assim... imprevisível, leve, engraçada. Como era possível alguém me fazer sentir tão vivo até nos momentos mais bobos?
Acariciei um cacho que havia escapado do coque e se agarrava teimosamente ao canto dos lábios dela. Estava ventando, e os fios castanhos dançavam como se celebrassem aquela