Priscila Barcella
Hoje, meu dia começou com uma turbulência interna difícil de ignorar. A proposta do Gustavo não saía da minha cabeça. Ele tinha sido direto e persuasivo na noite anterior, oferecendo-me uma sociedade na sua empresa de consultoria estratégica. A proposta era, sem dúvida, tentadora: liberdade criativa, um cargo de liderança que valorizasse meu trabalho e, claro, um salário que superava tudo o que já ganhei.
Mas aceitar significava abandonar tudo o que construí aqui. Meu cargo atual, com seus desafios e contratempos, também era fruto de anos de esforço e sacrifício. E, além disso, havia outro detalhe que me atormentava: Felipe. Ele fazia parte dessa equação e eu sabia que ele usaria qualquer brecha para destruir minha credibilidade, tanto aqui quanto em qualquer outro lugar.
Carregando Nina nos braços, entrei no escritório com a mente em ebulição. Joyce me interceptou assim que passei pela porta, o rosto visivelmente preocupado.
— Reunião urgente na sala do senhor Sales