Isabela Barcella (Belinha)
Eu estava sentada na cama da mamãe, abraçada com força à minha boneca e à blusa dela. O cheirinho ainda era dela, como se estivesse ali pertinho, me envolvendo num abraço invisível. Fechei os olhos, tentando fingir que era verdade… mas o coração apertava tanto que doía até respirar.
O Ítalo entrou bem devagar, como se já soubesse que tristeza morava ali naquele quarto, e sentou do meu lado, sem dizer nada no começo. Só ficou comigo em silêncio.
— Que carinha é essa, Belinha? — ele perguntou baixinho, tentando sorrir.
Minha voz saiu fraca, quase sem força nenhuma:
— Tô com saudade da mamãe… e do papai também.
Apertei minha boneca contra o peito, como se ela pudesse apertar a dor de volta pra dentro, bem fundo.
— A mamãe só foi resolver umas coisas com a Mavie. Ela vai voltar logo, logo — o Ítalo disse com voz calma, querendo me consolar.
Mas eu emburrei, virei o rosto e abracei meu ursinho com mais força. Sentia uma pedra pesada dentro do peito, difícil de ca