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Bônus especial dia dos pais

Bônus especial dia dos pais

Acordei com gritos e pulos em cima da cama.

— Feliz Dia dos Pais! — abri os olhos e lá estavam os meus cinco amores.

— Papa! — a Nina gritou, no colo da mãe, mandando beijos estalados no ar com a mãozinha gordinha.

Belinha pulava de um lado para o outro, enquanto Mavie tentava, em vão, organizar os irmãos para “seguir o plano”, como ela mesma dizia com toda a seriedade de uma princesa de quatro anos. Ítalo estava com um boné virado para trás e um crachá pendurado no pescoço escrito Segurança Oficial da Missão Dia dos Pais. Iris sorria atrás de tudo isso, segurando uma bandeja de café da manhã, com um brilho nos olhos que me desmontou por dentro.

E, no meio de toda aquela bagunça boa… estava ela.

Priscila.

De pijama azul-claro, olhos cansados, mas cheios de orgulho, uma mão segurando Nina e a outra repousando na barriga ainda discreta da nossa nova sementinha.

— Surpresa… — disse, com aquele sorrisinho torto que sempre me vence.

Sentei devagar na cama, sem saber se ainda estava sonhando.

Cinco crianças, minha mulher linda, grávida, e toda aquela energia… tudo por mim.

— Vocês armaram uma operação inteira? — perguntei, passando a mão no rosto, ainda meio grogue.

— Operação Papai do Ano! — gritou Belinha, jogando confete colorido feito de papel picado.

— Foi ideia minha! — Ítalo se apressou em dizer, tentando pegar o crédito.

— Nossa, Ítalo — disse Iris, rindo —, a única coisa que você fez foi comer os brigadeiros antes da hora.

— Eu fiz desenho! — Mavie completou, puxando um envelope cor-de-rosa que quase se rasgou de tanta empolgação.

Abri o envelope e vi um desenho onde eu aparecia com braços gigantes, segurando todo mundo no colo. Eu, de capa de super-herói, com a palavra “PAPAI” escrita em cima. A figura da Priscila tinha uma barriga grande com um coração, e todos os irmãos sorriam ao redor. Até o Max aparecia lá, segurando um celular como se estivesse tirando uma foto. Tive que rir.

— Te amo, papai, e amo ter dois pais — Mavie disse, entregando o desenho com um abraço apertado.

Logo Belinha veio, sorrindo de orelha a orelha, com outro papel colorido nas mãos.

— Eu também fiz um desenho para o meu pai… o melhor papai do universo todinho!

Peguei o desenho da Belinha e senti o coração apertar. Ela tinha me desenhado com um sorriso enorme, segurando a mão dela e da Nina, com um sol brilhando no canto e várias estrelinhas ao redor.

— Tá lindo, meu amor… — falei, beijando o topo da cabecinha dela. — Vou guardar pra sempre.

— Não pode amassar! — ela avisou, séria, como se fosse um documento importante.

Todos riram, e eu abracei cada um, um por vez, tentando memorizar aquele momento. Nina se aninhou no meu colo, segurando meu dedo com força, enquanto Mavie se sentou do outro lado, recostando a cabecinha no meu braço.

Priscila colocou a bandeja sobre a cama e sentou-se ao meu lado. O cheiro de café e pão quentinho misturava-se com o perfume suave dela.

Olhei para sua barriga e, instintivamente, coloquei a mão ali.

— Feliz Dia dos Pais… para o pai mais incrível que eu já conheci — ela disse baixinho, só para mim. — Você mudou a vida deles… e a minha.

Aquela frase atravessou direto o meu peito. Respirei fundo, tentando não deixar as lágrimas caírem.

Acariciei o rosto dela e sorri.

— E você me deu tudo o que eu nunca soube que queria…

Belinha interrompeu a cena, pulando de novo na cama.

— E agora, hora do bolo!

— Bolo? — arqueei a sobrancelha, fingindo surpresa. — Antes do café?

— É Dia dos Pais, papai… — Ítalo disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Hoje pode tudo.

Priscila riu, e eu percebi que não importava o que viesse pela frente — as brigas, os dias corridos, as noites mal dormidas. Eu já tinha tudo.

O bolo apareceu poucos minutos depois — pequeno, simples, com “Feliz Dia dos Pais” escrito com chocolate.

Cantaram parabéns, porque, segundo Belinha, “todo Dia dos Pais também é aniversário de ser pai”. Eu não discuti.

Pouco depois, ouvimos o som da campainha.

Priscila foi abrir e, assim que a porta se abriu, Mavie soltou um gritinho de alegria.

— Papaaaai! Feliz Dia dos Pais! — ela gritou, correndo pelo hall do triplex até se jogar nos braços do Max, que estava parado ali, sorrindo.

Ele se abaixou e a pegou no colo.

— Oi minha princesa… e obrigado pelo desenho que fez pra mim. Você é o meu melhor presente sabia — o Max falou a beijando e a fazendo rir.

Ela o abraçou com força, mas logo olhou por cima do ombro dele e correu de volta para dentro, parando diante de mim.

— E pra você também, papai Liam! — disse, me abraçando do mesmo jeito.

Então, com aquele ar decidido que só uma criança consegue ter, pediu:

— Mamãe, pode tirar uma foto minha com os meus pais? Quero guardar para sempre.

Priscila pegou o celular, e Max entrou, ficando ao meu lado.

Mavie se posicionou no meio, abraçando nós dois, e deu um sorriso tão grande que parecia que a alegria transbordava dela.

Depois, ainda empolgada, segurou a mão do Max.

— Falta a Nina — ela falou e peguei a Nina.

E tiramos outra foto.

Ela correu para pegar o presente dos pais e do vovô Léo.

Mavie pulou animada com a caixa na mão, os olhos brilhando de empolgação.

— Gente, olha só o que a mamãe e eu escolhemos para vocês e para o vovô Leo! — disse, abrindo a caixa com toda a seriedade de quem vai revelar um segredo muito importante.

Ela pegou primeiro o presente do Max e falou, com aquele jeitinho de criança cheia de orgulho:

— Esse aqui é pro papai Max! Um relógio bem chique, sabe? Mas o melhor é que tem um detalhe gravado com o meu nome e o da Nina, mas é tão pequenininho que quase não dá pra ver! Só o papai vai saber, tipo um segredo nosso.

Max sorriu, pegando o relógio com cuidado.

— Vou usar todo dia, prometo! — falou, fazendo pose de galã.

Mavie virou para o Liam com um olhar conspirador:

— E esse aqui é pra você, papai Liam! É o perfume que você adora. A mamãe mandou escolher o cheiro que faz a gente ficar de bom humor.

Liam riu, passando um pouco no pescoço.

— Cheirinho aprovado!

Depois, ela levantou a camisa estampada com a foto dos netos e falou toda orgulhosa:

— E esse aqui é do vovô Leo! A gente vai levar lá pra casa dele. Tem um relógio lindo, tipo igual o do papai, e uma camisa que a mamãe fez com a nossa foto.

Ela fez uma pausa dramática, piscando:

— Porque o vovô disse que, quando for avô, quer passar por todas as preguiças do mundo… e todas as briguinhas também! A mamãe vai fazer questão de lembrar ele de tudo, hein!

Max e Liam se olharam, rindo, e Liam perguntou:

— Espera aí, e a gente? Também não merece uma camisa dessas?

Mavie não pensou duas vezes:

— Merece sim! — e Priscila apareceu com duas camisas, uma para cada um, estampadas com a frase “Melhor pai do mundo” e a foto de todos os filhos.

— Agora vocês têm que usar todo dia, hein? — avisou, já imaginando as caras deles com aquelas camisas.

Os dois vestiram as camisas, posando para as crianças, que gritaram e bateram palmas.

— Tá, tá… confesso que vou querer uma dessas pra mim também — Max falou, olhando para Liam.

— E quem disse que não lembrei de você — a Priscila falou mostrando a dele com a Mavie o Marcelo a Laura e a Nina e o Max já tratou de vestir.

— Ela é muito linda eu vou usar muito — ele falou e pegou a Nina do colo da Priscila.

— Neném — a Nina falou tocando na foto dela e mandando beijos para ela mesma.

O sol da manhã iluminava o apartamento quando Mavie, toda empolgada, agarrou minha mão. Nina, no colo do Max, ria, balançando os bracinhos gordinhos.

— Agora vamos, papai! O vô Leo tá esperando — falou Mavie, como quem entrega uma missão importante. — Mas amanhã eu volto pra te dar outro abraço bem apertado, papai Liam!

Eu me abaixei para beijar a testa das meninas, o olhar cheio de amor e um sorriso tranquilo no rosto. Rafaela chegou logo atrás, com Marcelo e Laurinha correndo pela sala, brincando com a animação que só crianças sabem ter.

— Vamos lá, vovô já está esperando e preparou até o bolo favorito das meninas — disse Rafaela, enquanto ajudava a organizar a saída.

Eles atravessaram o corredor do triplex juntos, com risadas e conversas baixas, enquanto eu observava o momento.

Priscila me olhou e, sem dizer uma palavra, segurou minha mão com firmeza.

— Preparado para hoje? — perguntou baixinho.

— Nunca estive mais — respondi, sentindo o coração bater forte, uma mistura de ansiedade, alegria e gratidão que me invadia.

Com as crianças ajeitadas no carro, íamos rumo ao parque de diversões — o primeiro Dia dos Pais que eu celebrava com elas. Um dia que eu imaginava, sonhava, mas que só agora estava vivendo de verdade.

Enquanto dirigia, olhava no retrovisor e via os rostinhos iluminados, os olhos brilhando, o sorriso que parecia explodir de felicidade.

Não era apenas um passeio. Era o momento em que nos tornávamos uma família, onde eu me tornava um pai de verdade, presente, cuidadoso, alguém em quem elas poderiam confiar e se apoiar.

Chegando ao parque, a decoração colorida e a mesa cheia de guloseimas me receberam como um abraço quente.

Belinha correu direto para o carrossel, a alegria pura estampada no rosto. Ítalo, com seu boné e crachá de segurança, assumia seu posto com seriedade cômica, organizando a bagunça com uma autoridade que só uma criança pode ter.

Cada grito nas montanhas-russas, cada risada compartilhada, cada abraço apertado, me enchia de um amor tão grande que parecia que meu peito não ia aguentar.

No meio de toda aquela alegria, Priscila me olhou nos olhos e sussurrou:

— Feliz Dia dos Pais, amor.

Eu respirei fundo e senti as lágrimas querendo escapar.

— obrigada meu amor— respondi, com a voz embargada, olhando para nossas crianças que, naquele momento, eram meu mundo inteiro.

E ela pegou a minha mão e colocou sobre a barriga dela.

— Pode ter certeza que todos os seus filhos te amam muito — ela falou sorrindo e me dando uma caixinha.

— Amor não precisa me dá mais presente nenhum eu amei a camisa e o perfume.

— Aquele foram das suas duas filhas este é dos seus seis filhos — ela falou me entregando a Caixa novamente

Segurei a caixinha, curioso, enquanto Priscila sorria com aquele brilho nos olhos que só ela tem.

— Seis filhos, hein? — brinquei, ajeitando a caixinha nas mãos.

Priscila riu baixinho e puxou minha mão para perto dela.

— Cada um deles mandou um abraço muito forte, e esse presente é o que a gente escolheu juntos — disse, com a voz suave.

Quando abri a caixinha, vi uma chave reluzente. Reconheci de imediato. Um carro esportivo. O carro que eu sonhava ter desde moleque, mas que sempre esteve fora do meu alcance.

Meu coração disparou. Eu levantei os olhos para ela, tentando confirmar se era mesmo o que eu estava pensando.

— Um carro esportivo? — perguntei, quase sem voz.

Priscila sorriu ainda mais. — Descobri que era o seu sonho de juventude… e achei que estava na hora de realizar.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, senti um peso na cama. Ítalo pulou de um lado, Belinha do outro, e Íris veio por trás, abraçando meu pescoço.

— Foi a gente que escolheu também, papai! — disse Íris, com o rosto iluminado. — Quer dizer… a mamãe escolheu, mas a gente disse “esse é a cara do papai!”

— Eu falei que era igual ao do filme de corrida que a gente viu! — Ítalo completou, orgulhoso.

— E eu escolhi a cor! — Belinha anunciou, como se tivesse tomado a decisão mais importante do mundo. — Vermelho igual coração, porque eu te amo!

Eu não consegui segurar. As lágrimas vieram. Abracei todos, um amontoado quente e alegre de braços e pernas.

— Eu nunca pensei que isso fosse possível… — falei, olhando para Priscila. — Muito obrigado, amor. Obrigado, meus amores.

Ela se aproximou, juntando-se ao abraço. — Você merece, pai. Todos nós merecemos.

Lá fora, as vozes das outras crianças e o som da festa no parque pareciam a trilha sonora perfeita para um momento que eu sabia que jamais esqueceria.

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Feliz dia dos pais

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