84. O refúgio da dor e o consolo irresistível
Enquanto o carro se afastava da mansão Calegari, levando para longe o som, o cheiro e a alma de sua família, Luigi sentiu como se seu próprio coração estivesse sendo arrancado de seu peito. O silêncio que se instalou na casa era opressor, um eco da desolação que o consumia. Ele vagueava pelos cômodos como um fantasma, cada objeto um lembrete doloroso do paraíso que ele, e somente ele, havia destruído. O quarto de Lorenzo, com seus projetos de robótica e livros de ficção científica; o de Laura, com suas telas, tintas e melodias inacabadas ao piano; o de Gabriel, com seus brinquedos e sua energia contagiante. E a suíte deles... o quarto que fora o santuário de seu amor, agora era uma câmara de tortura, o perfume de Jessica ainda flutuando no ar como uma acusação silenciosa.
Na Fazenda Calegari, Jessica encontrou um refúgio para sua dor, mas não um alívio para ela. O lugar, antes um símbolo de seus sonhos familiares, agora parecia zombar de sua desgraça. A varanda onde planejara envelhec