Alade*
A luz da manhã filtrava-se pelas frestas de madeira do navio, pintando listras de dourado sobre o chão gasto da cabine. Alade despertou em silêncio. Seus pés tocaram o assoalho frio, o corpo ainda sentindo o eco da dor. Mas havia algo mais profundo… um vazio quase impossível de descrever. Ela o sentia latejar dentro de si, como uma ausência que pulsava, viva e cruel.
Olhou para o ventre por um instante, os dedos roçando por cima do lençol. Ainda era difícil acreditar. Mas precisava se mover. Não podia continuar se enterrando naquela cama.
Estava a ponto de levantar por completo quando a porta se abriu com um estalo. Aaron entrou carregando uma bandeja com algo quente. Seus olhos a fitaram como lâminas afiadas.
— Malditos deuses! — rosnou com raiva, os olhos semicerrados. — Não consegue ficar deitada?!
— Eu já fiquei deitada demais.
— Não, não ficou. — ele respondeu de imediato, fechando a porta com o ombro. — O curandeiro disse que você precisa descansar.
— Eu quero ver o meu i