Alade*
Assim que o primeiro raio de luz cortou a escuridão, Alade despertou sobressaltada. O lençol colado ao seu corpo úmido, os olhos ainda pesados pela noite maldormida.
Virou-se com pressa, a mão tateando o colchão vazio. Aaron não estava. O frio da ausência pareceu morder sua pele. O quarto estava silencioso, exceto pelo som abafado de mastigação.
Ela ergueu o tronco, os cabelos emaranhados, os olhos turvos encontrando a silhueta dele — sentado à mesa, devorando o café da manhã. A luz fraca da manhã vazava pelas frestas de madeira, recortando sua figura com tons dourados e sombras afiadas.
Ele a encarou com um sorriso discreto, cínico, como quem saboreava muito mais que frango.
— Bom dia.
Ela se levantou devagar, os pés nus tocando o chão frio. Caminhou até ele em silêncio, sentindo o olhar dele pesar em sua pele como brasas.
— Parece melhor.
— E estou — respondeu, mordendo com raiva um pedaço de frango, o estalo do osso ecoando na sala.
Alade se sentou ao lado dele, as mãos entr