As bestas transformadas os cercavam, olhos como carvões em brasa cravados neles, rosnando com fúria contida. Os músculos dos lupinos tremiam sob a tensão prestes a romper, os dentes arreganhados à luz fria da lua como se já saboreassem o sangue. Alade sentiu o estômago revirar. O coração martelava no peito, feroz. Um segundo mais e ela teria se esquecido de como respirar.
Aaron deu um passo à frente, os olhos cravados nas criaturas.
— Consegue se transformar? — perguntou, sem desviar o olhar.
Alade engoliu seco, balançando a cabeça com os olhos arregalados.
— Não consigo mais desde que tomei aquele veneno...
Ele assentiu devagar, os ombros tensos.
— Eu também não. — respondeu baixo, quase amargo.
— Onde está o seu irmão? — ele sussurrou, os olhos tentando encontrar sombras familiares entre as árvores.
— Estava na floresta... com Heleana. — Aaron virou o rosto levemente para fitá-la por cima do ombro.
— Quando eu der o sinal — indicou com o queixo a direção sul — você corre. Não pare.