Narrado por Sarah:
Chegar em casa não trouxe o alívio que eu esperava. A porta do meu apartamento se fechou atrás de mim, e o silêncio que se seguiu foi mais ensurdecedor do que qualquer grito. O aroma de Marcus, aquele cheiro que impregnava minhas roupas e meus lençóis, parecia se intensificar, sufocando-me. Eu ainda estava com o vestido vermelho, ele parecia me queimar, um lembrete vívido da humilhação.
Joguei a bolsa e as chaves em um canto qualquer e caminhei direto para o banheiro. O espelho me devolveu a imagem de uma estranha. Os olhos vermelhos, não de lágrimas, mas de choque e privação de sono. O batom vermelho estava borrado, e a maquiagem, impecável horas antes, escorria levemente. Eu parecia um fantasma. Ou melhor, uma guerreira ferida voltando da batalha.
Liguei o chuveiro no máximo, deixando a água quente queimar minha pele, como se pudesse lavar não apenas o cheiro de Marcus, mas a imagem dele com Gabriela. Esfreguei minha pele com força, desejando que as memórias se di