Rebeca
Dois meses. Esse foi o tempo exato desde a última vez que falei com Rahmi. Ou melhor, desde a última vez que tentei. Ele simplesmente parou de responder. E quanto mais o silêncio se prolonga, mais me pergunto: por que eu deveria continuar tentando? Por que me preocupar com alguém que claramente não se importa?
Voltei a dançar. Confesso que exagerei um pouco na bebida naquela noite nada que me deixasse fora de mim, apenas o suficiente para relaxar, deixar as preocupações de lado e me sentir viva por algumas horas.
— Que tal irmos para outro lugar? — sugeri, animada. — Aquele barzinho com aquele peixe delicioso. Estou com uma vontade absurda de comer.
— Tá bom, grávida! — brincou Victor, rindo alto.
— Credo, vira essa boca para lá, homem! — retruquei, revirando os olhos.
Chegamos ao bar, que era bem mais calmo do que o agito da Lapa. A iluminação suave e o ambiente acolhedor faziam dele o lugar perfeito para conversas sinceras o tipo de conversa que a gente evita por orgulh