Ruslan de Luca
Vinte dias.
Vinte dias desde que saí da cirurgia que salvou a minha vida. Desde que acordei e soube que Paulina tinha partido e havia me presenteado com uma segunda chance. Ainda estava no hospital quando vi Paola retornar de Porto Rico com os olhos cansados, mas ainda mais determinada a seguir em frente.
Vinte dias que estou me preparando para esse momento.
E agora, deitado na cama, ainda me recuperando da cirurgia extensa que fiz dias atrás, eu observava a mulher da minha vida andando de um lado para o outro no quarto, respirando fundo e segurando a barriga cada vez que uma nova onda de dor a atingia.
— Paola… — minha voz saiu baixa, mas carregada de alerta.
Ela parou e olhou para mim, com o rosto levemente suado, mas sua expressão desafiadora.
— Eu estou bem. — disse pela vigésima vez.
Ergui uma sobrancelha, olhando para o relógio na parede. Ela estava determinada em ter o parto normal, mas não estava vendo as dores dela progredir.
— As contrações continuam longe uma