Bruno Alcântara
Assim que chegamos em casa, Carol vai direto para o banho, se livrando daquela roupa suja. Enquanto ela enche a banheira, joga alguns sais para perfumar a água. Fecho as janelas do quarto para manter o banheiro aquecido, já que os dias estão bem frios por aqui.
Observo ela tirando a roupa e não consigo desviar o olhar do hematoma que cresceu ainda mais em seu rosto delicado. Ela faz um coque com os longos cabelos e se apoia na bancada da pia. Continuo observando cada movimento, com um medo irracional de que, se tirar os olhos dela, ela possa desaparecer do nosso quarto. Por sorte, conseguimos despistar minha sogra.
— Carol, eu já volto. Vou pegar um analgésico e algo para beber — digo a ela, que me observa pelo reflexo no espelho.
— Eu também quero, Bruno. De preferência, algo bem forte. Preciso relaxar depois do que passei dentro daquele carro.
Sei que ela deve ter vivido um momento de terror com o Lucas.
— Tudo bem, trago algo para você. Espera aí, já volto.
Ela conc