Vincenzo escuta barulhos abafados vindos do apartamento, passos apressados, móveis arrastados, talvez até uma porta sendo fechada às pressas.
Ele aperta as pálpebras, respirando fundo, lutando contra o instinto de arrombar tudo de uma vez.
A porta se abre lentamente, revelando Henri.
Os olhos frios encaram Vincenzo com desafio, como se cada fibra sua fosse destinada a impedir que ele atravessasse aquele limiar.
— O que diabos você está fazendo aqui, Vincenzo? — Henri pergunta, a voz irritada, forçando firmeza, embora os olhos denunciem a inquietação.
— Evitando o incômodo de ter que escolher flores para o seu funeral. — Vincenzo responde, a sombra de um sorriso perverso nos lábios. — E acredite, Henri, eu odeio perder tempo com detalhes tão banais.
Ignorando por completo a barreira que o irmão tenta impor, ele entra no apartamento, deixando o choque de seus ombros marcar o confronto entre ambos.
— A noite foi boa, não é? Pena que o amanhecer já parece um desastre. — Vincenzo comenta