No apartamento, as horas parecem se arrastar entre as tentativas insistentes de Vincenzo para que Vittoria se alimente e as lágrimas incessantes que ela não consegue conter.
Ao longo da noite, ele permanece deitado com ela aninhada contra o peito, o braço envolvendo-a com firmeza, como se pudesse protegê-la até dos próprios pensamentos.
O quarto está mergulhado em um silêncio denso, quebrado somente pelo som irregular da respiração dela, marcada por soluços contidos.
— Eu só queria fazer um jantar. — Vittoria começa, a voz fraca e embargada, como se cada palavra pesasse. — E uma sobremesa. — Acrescenta, fechando os olhos por um instante antes de continuar. — Minutos antes da explosão, coloquei uma cassata no forno.
Vincenzo desliza a mão pelas costas dela em um gesto calmo, tentando confortá-la de alguma forma, como se o calor de seu toque pudesse apagar, ainda que por um instante, o peso que ela carregava.
— Então, eu voltei para a sala e solicitei para uma das empregadas preparar um