Vincenzo fecha os olhos, como se revivesse a cena da noite passada, e um sorriso involuntário se forma em seus lábios, suave e cheio de ternura.
— Don…
— Caralho. — Vincenzo interrompe, abrindo os olhos e se virando para o primo. — Para de me chamar de Don, Fabrizio. Eu não sou um, e nem sequer quero ser.
— Me desculpa, força do hábito. — Fabrizio admite, levantando as mãos em rendição, embora o olhar ainda carregue aquele traço de respeito automático que ele adquiriu nos últimos dois anos.
— Parece que está na hora de você parar de seguir alguém, Fabrizio. — Comenta, sério, mas com um entendimento silencioso na voz. — Você passou a vida inteira atrás de outra pessoa, talvez seja hora de descobrir quem você é sozinho.
Fabrizio não responde, somente fixa o olhar nas árvores à frente, deixando o vento ocupar o espaço que ele escolheu não preencher.
— Volte para Savoca antes que o Rocco mande chamar você. — Orienta, a voz baixa e imponente. — Irei ficar mais alguns dias aqui, até a minha