A expressão de Vittoria se desfaz no mesmo instante em que as palavras dele atingem seus ouvidos.
O calor que antes tingia seu rosto desaparece, dando lugar a uma palidez repentina.
Os olhos se arregalam e, instintivamente, ela recua um passo, como se aquele simples movimento pudesse protegê-la da intensidade do homem à sua frente.
— Como? — Vittoria sussurra, quase sem voz, o olhar fixo nele, como se procurasse alguma rachadura na armadura de Vincenzo.
Mas, no segundo seguinte, percebe o erro. Mostrar medo diante dele é como sangrar diante de um predador.
Ela dá um passo à frente, erguendo o queixo e mantendo a postura firme, ainda que por dentro tudo em si ameace ruir.
— Você é um escroto, Vincenzo. — Dispara, a voz cortante, como se cada palavra fosse um estilhaço lançado com precisão. — Há poucos minutos, seu rosto estava entre minhas pernas…
— Sim, estava, afinal, é um lugar onde sei que ele nunca encostou aqueles lábios imundos. — Vincenzo interrompe, com desprezo na voz e um o