O silêncio que sucede a ameaça é pesado, cortante, como um vidro prestes a rachar sob pressão que ninguém admite, mas todos sentem.
Ricardo congela, os olhos arregalados e a mão trêmula segurando o celular, a vaidade substituída por um medo súbito que desmente sua postura anterior.
Seraphina mantém-se calma, o corpo inteiro uma armadura de controle, mas o coração acelera em um compasso que ela esconde atrás do sorriso forçado.
— Baixe a arma. — Seraphina pede, a voz baixa, mas com a autoridade suave de quem conhece códigos que não precisam ser verbalizados.
Ela aproxima-se, a mão tocando o cano da arma com leveza, somente o suficiente para mostrar que confia no limite que estabelece.
Mas Tommaso não recua, mantém a arma firme, pressionada contra a testa de Ricardo, o olhar tão implacável que parece congelar cada fibra do ar.
— Guarde o celular, senhor Bellandi. — Tommaso ordena, a voz baixa e cortante, sem um piscar sequer, a calma dele mais perigosa que qualquer grito armado.
Ricardo