Vincenzo a segura pelos ombros com firmeza, obrigando-a a parar, os olhos cravados nela como se pudessem despedaçar cada resistência somente pela força da própria presença.
— Que absurdo é esse? — Vincenzo dispara, a voz dura, recusando-se a ouvir aquela distorção doentia. — Você tinha oito anos, Vittoria. Oito. — Repete, com ênfase, os olhos fixos nos dela, obrigando-a a encarar a realidade. — Não era responsável por Giuliano, nunca foi. Você era apenas uma criança, e nenhuma criança carrega sobre os ombros o destino de outra vida.
— Mas eu deveria ter carregado! — Vittoria rebate, a voz entrecortada pelos soluços. — Eu prometi, eu jurei diante da minha mãe que cuidaria dele, que o protegeria de tudo! — Prossegue, os olhos marejados, cada lágrima pesando como uma confissão. — Se ele se perdeu, é porque eu não fui suficiente, eu falhei, Vincenzo, falhei com ele, falhei com ela, falhei com tudo.
— Basta, Vittoria. — Corta, a voz firme e cortante, como quem a arrasta de volta à realida