Fabrizio se vira ao ouvir a voz, o movimento lento, quase estudado, como se quisesse absorver cada detalhe da interrupção inesperada.
Os olhos percorrem a figura da mulher desde o contorno suave dos lábios, ainda moldados no cumprimento, até o balanço sutil do corpo ao atravessar a sala.
Ele observa a maneira como a luz se prende nos fios de cabelo, como o tecido do vestido acompanha o ritmo dos passos e, por um instante, parece esquecer a tensão com Vincenzo, absorvida somente pelo impacto da presença dela.
— Interrompi alguma coisa? — Seraphina pergunta, parando em frente à mesa com um sorriso insinuante, os olhos brilhando de curiosidade maliciosa.
O gesto lento de apoiar a mão no tampo, inclinando levemente o corpo para frente, carrega uma sensualidade calculada, como se sua simples presença fosse uma provocação.
O maxilar de Vincenzo se contrai de imediato, a fúria silenciosa marcada no rosto pela postura ousada de Seraphina, mas ele decide ignorar por ora, guardando a reação par