Eu já sabia que ela era minha antes mesmo de ela admitir isso para si mesma. Mas nunca a forcei. Esperei. Observei suas defesas caírem uma a uma, como folhas secas que o tempo arranca devagar, até que só restasse a raiz viva, pulsante, pronta para florescer de novo. E agora, ali, com o corpo dela colado ao meu, depois da noite em que fizemos amor pela primeira vez — com ternura, urgência e reverência —, eu sabia que não havia mais volta.
Elisa dormia ao meu lado com a cabeça apoiada no meu peito, e eu sentia o peso leve da respiração dela. Era como se cada suspiro dissesse: "Eu estou aqui. Eu fiquei." E isso era mais do que tudo que eu poderia pedir.
Quando ela acordou, seus olhos buscaram os meus antes de qualquer palavra. E foi no silêncio daquele olhar que eu entendi: o medo dela tinha ido embora.
— Eu lutei tanto contra isso — ela sussurrou, com a voz rouca da manhã —, contra esse sentimento, contra você, contra mim mesma... Mas era inútil. Você já morava em mim. Só faltava eu ace