Os dias com Rafael começaram a ganhar um ritmo próprio, um compasso suave que se encaixava ao coração de Elisa. Era como se o tempo tivesse desacelerado apenas para que os dois pudessem se descobrir com mais calma. Cada gesto, cada silêncio compartilhado, cada carinho trocado era uma nova camada no sentimento que crescia entre eles.
Rafael fazia pequenas surpresas — flores deixadas na porta, bilhetes escondidos na bolsa dela, mensagens doces durante o dia. Mas o que mais tocava Elisa eram as presenças sutis: o modo como ele ouvia, como respeitava seus silêncios, como compreendia sem precisar que ela dissesse muito.
Ela, por sua vez, se permitia. Não mais por carência, mas por escolha. Queria estar ali. Queria construir algo com ele. Começou a abrir as portas do seu mundo devagar — apresentou-o a suas amigas, convidou-o para jantares em casa, deixou-o entrar em espaços que antes protegiam sua solidão como um escudo.
Numa noite, chovia lá fora. A água escorria pelas janelas enquanto os