Capítulo 7
Yago observava a cena da varanda, uma xícara de café negro entre as mãos. Lobo, seu pastor belga, estava deitado a seus pés, as orelhas erguidas e atentas aos sons da propriedade.
Um carro pequeno e vermelho apareceu na estrada de terra, levantando uma nuvem de poeira que manchava o ar límpido da manhã. O veículo não diminuía a velocidade, avançando como um inseto enfurecido em direção ao portão. Yago endireitou-se, colocando a xícara sobre o parapeito. Ele sabia quem era. E pelo som do motor e pela poeira, sabia também em que estado de espírito ela estava.
O carro freou bruscamente diante do portão de ferro, e a porta do motorista se abriu com violência. Zaya saltou do veículo como uma bala. Seus cabelos coloridos estavam desalinhados, e seus olhos, normalmente cheios de irreverência, estavam arregalados pela preocupação e pela falta de sono. Ela usava uma jaqueta de couro sobre um pijama estampado, e seus pés estavam calçados em chinelos de dedo, sinal claro de que saíra