Inicio / Romance / O Segredo da Nova Babá do CEO / Capítulo 7 - A festa de gala
Capítulo 7 - A festa de gala

O vestido pesava sobre a cama como uma sentença de morte. Era seda azul-meia-noite, com uma fenda que gritava perigo e um decote que desafiava a gravidade. Não era roupa de babá. Era roupa de esposa troféu. Ou de isca.

Jinx encarou o tecido, o coração batendo um ritmo irregular contra as costelas ainda doloridas da sua hiperpirexia da noite anterior.

— O Sr. Vale insistiu — a voz anasalada da Sra. Potts veio da porta. A governanta segurava uma caixa de joias com o desdém de quem segura lixo radioativo. — Ele disse que a "Sarah" precisa estar apresentável para acompanhar a Srta. Luna. A imprensa estará lá embaixo. Sem roupas de mendiga hoje.

Jinx engoliu em seco. Maldito Aeron. Ele a estava cercando.

— Claro — Jinx forçou a voz doce de Sarah, embora seus punhos estivessem cerrados. — Não quero envergonhar o Sr. Vale.

Assim que a porta bateu, a doçura sumiu. Jinx correu para o espelho. O plano era simples: descer, misturar-se à multidão de tubarões corporativos, localizar o chip — que Aeron, em sua arrogância suprema, exibiria no centro do salão como um troféu — e sumir antes da sobremesa.

Luna estava segura com a Sra. Potts na área infantil VIP. Era a brecha perfeita.

Jinx despiu o jeans surrado que estava usando. O corpo pálido ainda tinha marcas fracas da febre, mas os músculos reagiram instintivamente quando ela vestiu a seda. O tecido deslizou como uma segunda pele em seu corpo. Feito sob medida. Como ele sabia minhas medidas exatas? O pensamento enviou um calafrio espinhal.

Ela olhou para os óculos de grau falsos na penteadeira. Se ela os colocasse, estragaria o disfarce de "acompanhante de gala". Se não colocasse, ficaria exposta.

— Dane-se — sussurrou.

Ela prendeu o cabelo num coque frouxo, deixando fios soltos desenharem seu pescoço, e aplicou um batom vermelho sangue que encontrou no fundo da sua bolsa de emergência (a única coisa que Aeron não tinha confiscado totalmente).

Quando Jinx se olhou no espelho, Sarah não estava lá. A mulher que a encarava de volta era uma ladra internacional prestes a realizar o maior roubo de Nova York.

Ela desceu as escadas.

**************************************************************************************************************

O salão principal da cobertura estava irreconhecível. Lustres de cristal gigantes, garçons com bandejas de prata e a elite financeira fingindo fazer caridade. Os olhos de Jinx mapearam o ambiente: Segurança na saída norte, dois armados perto da cozinha, câmeras rotativas a cada trinta segundos.

E então, no centro, dentro de uma redoma de vidro blindado cercada por laser invisível: o Chip. Pequeno, prateado, pulsando com dados que valiam bilhões.

— Senhorita Jenkins?

A voz grave vibrou diretamente na base da coluna de Jinx.

Ela travou. Girou nos calcanhares, devagar.

Aeron Vale estava a um metro de distância. E ele estava devastador. O smoking preto de corte italiano parecia incapaz de conter a largura dos ombros dele. A barba por fazer tinha sumido, revelando a linha brutal do maxilar. Mas eram os olhos que a prenderam.

Eles não estavam frios dessa vez. Eles estavam em chamas.

Aeron parou de respirar por um segundo. A taça de champanhe em sua mão inclinou perigosamente. Ele varreu o corpo dela, dos saltos agulha até a curva exposta do pescoço, parando nos lábios vermelhos. A "babá desastrada" tinha evaporado.

— Sr. Vale — Jinx baixou os cílios, tentando recuperar a personagem. — Espero não estar... exagerada. A Sra. Potts disse...

Aeron deu um passo à frente, invadindo o espaço pessoal dela com uma autoridade que a deixou sem ar. Aquele cheiro dele — que começou a ser familiar — invadiu os sentidos dela, anulando seu raciocínio lógico.

— Exagerada? — A voz dele era rouca, baixa. — Você está um perigo, Sarah.

O uso do nome falso soou como uma acusação.

Uma valsa começou a tocar. A orquestra preenchia o ambiente, abafando as conversas alheias.

— Onde está Luna? — Jinx perguntou, recuando um passo. Ela precisava sair de perto dele. A atração era uma falha de segurança. Ela precisava focar no chip.

— Segura. Dormindo no quarto anexo — Aeron não desviou o olhar. Ele estendeu a mão. A palma era larga, calejada, cheia de cicatrizes de quem lutou guerras que ninguém viu. — Dance comigo.

Não foi um pedido.

— Eu não acho apropriado, senhor. Sou sua funcionária.

— Hoje à noite, você é minha convidada. E eu não aceito não como resposta. Você sabe disso.

Antes que ela pudesse protestar, Aeron capturou a mão dela. Seu toque foi elétrico. Jinx sentiu a corrente subir pelo braço e explodir no peito. Merda.

Ela era treinada para resistir a tortura, mas o toque daquele homem desarmava suas defesas como se fossem feitas de papel.

Ele a puxou para o centro do salão. A outra mão dele pousou possessivamente na base das costas dela, queimando através da seda fina do vestido. Ele a puxou para perto. Perto demais. O corpo duro dele colidiu com o dela, e Jinx teve que reprimir um suspiro trêmulo.

Eles começaram a se mover. Aeron conduzia com uma precisão militar, mas com uma fluidez predatória.

— Você se move bem para quem vive tropeçando nos próprios pés — murmurou ele, o rosto próximo ao ouvido dela.

Jinx endureceu. Erro tático. Sarah deveria ter pisado no pé dele.

— Tive boas aulas na escola pública — ela mentiu rápido, o coração batendo na garganta. — Valsa era obrigatório.

— Mentira — Aeron sussurrou. A palavra pairou entre eles. Ele a girou, o movimento fazendo o vestido de seda rodopiar e roçar nas pernas dele. — Eu investiguei sua escola, Sarah. Eles não tinham programa de dança.

O sangue de Jinx gelou. O chip estava a dez metros, brilhando, como se estivesse zombando dela. Mas a verdadeira armadilha estava nos braços do homem que a segurava.

— Talvez eu tenha aprendido assistindo filmes — ela tentou, desviando o olhar para a lapela do smoking dele. — Por que tantas perguntas, Sr. Vale?

Aeron parou o movimento abruptamente no meio do salão. As outras pessoas continuaram dançando ao redor deles como borrões de cores, mas ali, naquele metro quadrado, o tempo parou.

Ele soltou a mão dela e segurou seu queixo, forçando-a a encará-lo. Os dedos dele eram firmes, mas o toque no rosto dela foi quase... reverente. Seus olhos vasculhavam os dela, procurando a verdade por trás das íris claras.

Ele aproximou o rosto. Jinx sentiu a respiração quente dele contra seus lábios. A tensão sexual era tão densa que poderia ser cortada com uma faca. Ela deveria empurrá-lo. Ela deveria correr para roubar o chip.

Mas ela não se moveu. O desejo dela traiu sua missão. Ela queria que ele a beijasse. Deus, como ela queria.

Aeron roçou o nariz no dela, uma carícia íntima que fez os joelhos de Jinx tremerem.

— Porque nada em você faz sentido — ele sussurrou, a voz carregada de uma suspeita sombria e um desejo incontrolável. — Seus calos, seus reflexos, o jeito como minha filha confia em você... e o jeito como você me olha agora.

Ele deslizou a mão das costas dela para a nuca, prendendo-a ali.

— Quem é você, Sarah? — os olhos dele perfuraram a alma dela. — Sinto que estou dançando com uma estranha que pode me destruir.

[FIM DO CAPÍTULO]

.

.

.

Nota da autora: Ele sabia as medidas exatas dela. 👗 Isso é sexy ou assustadoramente possessivo? O Aeron marcou território no meio do salão como se ela fosse propriedade dele. A "babá" morreu, nasceu a acompanhante de luxo.

Teoria da Conspiração: O Aeron planejou levar ela para o baile para usá-la de isca para os rivais?

Comentem "POSSESSIVO" 💍 se vocês amaram essa atitude dominadora!

O roubo acontece no próximo capítulo! Será que ela consegue pegar o chip com ele respirando no pescoço dela? Corram para ler!

Ravenna V.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP