O antigo prédio da empresa do pai de Isabela ficava na parte mais antiga da cidade. Alto, de fachada imponente e janelas altas com grades enferrujadas, o local estava fechado havia mais de seis anos, desde que a empresa foi vendida e logo abandonada. O clima ao redor parecia carregado de história... e de segredos.
— Tem certeza que ainda tem acesso a esse lugar? — Leonardo perguntou, olhando para a porta principal trancada com um velho cadeado.
Isabela tirou um molho de chaves da bolsa. Sorriu com um ar de nostalgia.
— Meu pai me dava essas chaves como se fossem brinquedos. Mas elas eram de verdade. Ele sempre dizia que “segredos devem ser guardados por mãos que merecem”. Na época, eu não entendia. Agora... acho que entendo.
Ela encaixou a chave com cuidado, e o cadeado se abriu com um estalo seco.
Lá dentro, o ar era denso, cheirando a mofo, poeira e passado. A recepção estava coberta por lençóis brancos sobre os móveis, como fantasmas guardando memórias. Isabela guiou Leonardo pelos