Busquei o ar em uma respiração profunda, procurando retomar o controle. A terapia, embora não tivesse eliminado a dor em dois anos, me ensinara a contê-la.
— Estou bem. — Garanti, com a voz mais firme do que eu realmente sentia.
Lucas deixou transparecer alívio, mesclado à tristeza, e eu reconheci no seu olhar a lembrança de quando me vira após a tentativa de suicídio no Rio da Pedra da Lua.
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(Ponto de vista em Terceira Pessoa)
Lucas Blackwood jamais esqueceria do dia em que recebeu aquela ligação. Depois de meses acreditando que Olivia havia perecido no rio, ouvir sua voz soara como um milagre… Ou uma piada cruel.
— Lucas? — A voz dela fora hesitante, quase trêmula. — Sou eu... Olivia.
Ele dirigira a noite inteira para chegar à cidade costeira onde ela estava hospedada, ainda descrente até vê-la de pé diante dele, mais magra e pálida, mas inconfundivelmente viva.
— Eu precisava de tempo. — Explicara naquela noite, enquanto tomavam chá. — Tempo para me curar das feridas psicológicas.