MADISSON

O primeiro som que ouvi foi o zumbido. Um ruído agudo e constante, como se o ar ao meu redor vibrasse em uma frequência que eu não conseguia suportar. Tentei mover a cabeça, mas algo frio e pesado me impedia. O couro do cinto roçou na minha pele e só então percebi que estava presa.

Pulsos amarrados firmemente aos braços de uma cadeira metálica, tornozelos fixos com correias grossas. Um capacete, ou algo parecido com isso, cobria parte da minha cabeça, fios descendo pelas laterais, conectados a um painel que piscava em um ritmo lento, quase hipnótico.

O pânico me tomou de assalto. Meu peito arfava, mas o ar parecia rarefeito, sufocante. Tentei gritar, mas a garganta estava seca, a voz falhando.

— Pai? — chamei, hesitante, a palavra saindo como um sussurro.

Nada.

A sala estava silenciosa. Ninguém parecia estar por perto.

Mas à minha frente, uma parede inteira de vidro fumê refletia minha própria imagem — distorcida, vulnerável. E ainda assim, algo em mim sabia: alguém estava do