Quando tudo parecia amor
Josy conheceu Cláudio num dia comum, desses em que a rotina não promete surpresas. Ele entrou na floricultura com a postura abatida de quem carregava o peso do mundo nas costas. Disse que precisava de flores para o velório de um amigo policial. Camélias brancas, margaridas, crisântemos — nada muito alegre, mas também nada triste demais. Josy, como sempre, atendeu com aquele sorriso doce que usava para esconder a própria tristeza.
Cláudio agradeceu, pagou, e antes de sair comentou:
— Seu trabalho é bonito. Flores sempre deixam tudo mais leve, mesmo quando o momento é pesado.
Nos dias seguintes, ele apareceu mais vezes. Às vezes dizia que era só para comprar uma flor pra perfumar a casa de um solteiro, outras, que precisava de um arranjo para a mesa da delegacia. Josy foi notando como aquele homem sério e aparentemente duro tinha um jeito gentil. O tipo de homem que abria a porta, que agradecia olhando nos olhos, que perguntava se ela tinha almoçado. Um homem qu