* Livraria *

— Mamãe? – Clarisse chamou pela mulher que mais amava assim que atravessou as portas de sua casa, sorriu ao vê-la descer as escadas com os braços já erguidos para um abraço. — Cheguei a tempo do café? Corri para não me atrasar.

— Claro que sim. Seu pai ficará feliz em saber que irá nos acompanhar – Se abraçaram ao seguir para a cozinha — Olha só quem chegou... Eu disse que ela viria para o café.

O homem sorriu ao abraçar a filha e puxar a cadeira pra ela e depois para sua esposa se sentarem. Tratadas como Rainha e Princesa do seu lar, jamais seria diferente.

— E onde está Ronny? Poderia ter o trazido para comer conosco. Eu fiz o bolo preferido dele para comemorar a vitória do campeonato. - Contou o homem todo feliz.

— Saiu com o rabugento do pai dele. Disseram que iria a uma fazenda e depois andar a cavalo nas aras de um amigo, algo parecido - Contou animada por ver tanta comida em sua frente e já foi devorando tudo.

— Eu adoro o Ronny - O pai sentou no centro e encarou a filha com um pouco mais de atenção — Faço muito gosto do seu namoro com ele, mas não quero saber de nenhuma historia ruim a seu respeito por causa dele.

— Como… como assim? – Clarisse encarou seu pai, que olhou para a esposa, e voltou à filha. — O que houve?

— Ronny Tornneght é um herdeiro. Seu sobrenome está em quase tudo na cidade. Não quero ninguém falando que minha filha é namorada por interesse. Você não precisa de dinheiro. Você tem tudo que necessita. Você não é herdeira de uma fortuna, mas nunca lhe faltou nada.

— Eu nunca escutei alguém falar isso de mim – Mentira, Vicent já havia esfregado isso em sua cara algumas vezes — Quem nos conhece sabe que nos gostamos de verdade e eu tenho muito orgulho dos meus pais policiais.

— Ex-policiais, não aguento mais correr atrás de ninguém. Só da sua mãe se ela fugir. - Brincou o homem fazendo todos rirem na mesa.

— Eu nunca vou fugir.

Os dois se beijaram como um casal apaixonado. E vê-los daquele jeito lhe dava uma sensação gostosa. Queria ter aquele tipo de relacionamento, de crescer juntos, ter um casamento apaixonado, dinheiro não lhe importava, ela tinha um emprego de meio-período na livraria da faculdade, e em breve estaria formada em direito com direito a chamadas para escritórios por conta de suas notas.

Ela seria tão importante quanto à família Tornneght, dentro ou fora dela.

O final de semana com seus pais era um dos mais confortáveis, em suas folgas adorava estar perto de sua família e ser amada por ela. Mas as horas passam e os dias se vão, e logo a segunda aparece trazendo o vento frio da cidade para o seu conforto.

Tudo bem precisamos do sol, mas um na semana já é o suficiente. O frio, a neve do fim de ano, a semana para o Natal prometia.

Saiu de casa no mesmo horário e as aulas extras da faculdade estavam disponíveis como cursos e palestras. Ela não era obrigada, mas como uma boa Nerd que precisa defender sua tese é se formar mais rápido, iria em todas.

Assim como seu emprego, onde arrumava as prateleiras cheias de livros novos e velhos, clássicos e até os mais conhecidos. O cheiro do conhecimento muito lhe agradava, no entanto, não era o lugar preferido da maioria dos alunos, e com poucas pessoas no campus, Clarisse tinha mais tempo para organizar e ler sem ter que atender a todos, mas não estava livre de clientes.

Escutou quando a porta abriu e demorou a fechar, deixou o corredor quase correndo para receber quem tinha entrado e travou no mesmo passo ao encarar aquele homem ao pé da porta.

Ele demorou a vê-la, mas assim que colocou os olhos naquela garota com os olhos brilhantes em sua direção, os cabelos longos caindo ao redor do rosto como se emoldurasse a mais bela mulher. Engoliu a seco tentando controlar o coração que sapateou dentro do peito.

Porque tinha que ser assim?

— Olá? – Clarisse olhou ao redor antes de voltar ao homem, estava sozinha, a loja não tinha câmera, o que ele estava fazendo ali? Foi para ameaçar? Matá-la? Devia se preocupar?

Entreabriu os lábios querendo respirar melhor. Porém, alguma coisa dentro do seu corpo esquentou quando o viu se aproximar devagar, um homem alto, de terno, olhos firmes em sua direção… Aquele olhar queria dizer duas coisas, ou ele iria lhe assassinar… ou comer. Foder? Será se…

NÃO.

— Oi - Ele parou perto dela, mais perto, mais escuro, mais cheiroso, e com certeza mais tentadora.

— O que você está fazendo aqui? - Outra vez, suas pernas estavam para falhar. E ele? Ele precisava dizer algo? Sua excitação começava a crescer, mas precisava se controlar, não é? Ou não precisava?

— Te incomoda eu vir até aqui para lhe falar algo importante? - Ela apenas piscou nada naquele momento estava a incomodando…

— Algo importante? Importante como? - Ela pareceu acordar daquele transe inapropriado — Ah meu Deus, aconteceu algo com o Ronny?

Toda a excitação e o clima contextual e sexual que pairou ali morreu ao escutar o nome do filho.

Ronny?

RONNY?

Sempre ele. Claro que seria ele. Deu alguns passos para trás ajeitando a gravata no pescoço, colocou uma mão no bolso e tornou a olhá-la… Outro erro, ver aqueles olhos brilhando em sua direção com os lábios abrindo e fechando.

Se continuasse ali... Cometeria uma loucura.

— Poderia tomar um café comigo?

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP