Olivia
Eu não sabia o que me irritava mais: a expressão de Dante ou o silêncio. Era como se ele estivesse procurando algo no meu rosto, uma resposta ou talvez uma confirmação de que eu ainda estava ferida – e, infelizmente, ele não precisava olhar muito para perceber. Porque eu estava. Toda aquela pose de força que eu vinha construindo parecia se despedaçar diante dele.
– Olivia – ele disse de novo, o tom baixo e quase cauteloso.
Ele falava o meu nome como se andasse sobre vidro. Como se cada sílaba pudesse me cortar mais fundo.
– Não faz isso – cortei, minha voz firme, embora meu peito estivesse uma bagunça. – Não finge que se importa.
Dante franziu o cenho, e aquela expressão familiar de frustração tomou conta dele.
– Eu não estou fingindo.
– Ah, não? – dei uma risada amarga. – Que conveniente, não acha? Você está aqui, agora, agindo como se o que aconteceu entre nós fosse um pequeno mal-entendido. Como se...
Engoli o resto da frase porque dizer em voz alta faria tudo doer mais. O c