(Sergio Narrado)
As palavras de Hellen me atingiram como um soco no estômago. Eu, que sempre soube me impor diante de qualquer situação, me vi completamente desarmado. Vi aquele corpo frágil ceder diante dos meus olhos, como se o peso da dor fosse grande demais para ser suportado. Ela se ajoelhou no chão, o rosto escondido entre as mãos, e começou a chorar tudo o que não chorara no cemitério.
Eu não consegui ficar parado. Cada soluço dela atravessava o meu peito como uma lâmina. Aproximei-me devagar e, quando a envolvi nos braços, pela primeira vez ela não resistiu. O corpo dela desabou contra o meu, quente, trêmulo, destroçado. E eu, impotente, a segurei como quem segura algo precioso prestes a se desfazer.
Minha voz saiu rouca, embargada, um sussurro quase irreconhecível até para mim:
— Eu quis tanto pedir perdão a Peter… mas ele morreu antes que eu tivesse coragem. E agora só me resta pedir perdão a você.
Foi nesse instante que minha arrogância se dissolveu. Toda a máscar