Alessandro desperta lentamente, suas pálpebras pesadas e a visão turva. Os sons o envolvem: o suave apito das máquinas, o murmúrio distante de vozes e o eco abafado de passos em algum lugar, mas tudo é tão confuso. Aos poucos, começa a distinguir a tênue luz filtrando-se pelas persianas e as linhas frias e limpas do quarto. A dor no seu lado é a primeira coisa que sente de forma mais vívida ao tentar se mover, uma fisgada intensa que o obriga a parar o movimento e respirar fundo.
Ao virar a cabeça, seus olhos se fixam em uma figura familiar. Nicole está sentada ao lado da cama, o corpo um pouco curvado, a cabeça apoiada na beirada do colchão, com mechas de cabelo soltas caindo sobre o rosto. Seu rosto está sereno, mas Alessandro consegue ver o cansaço marcado em seus olhos fechados. Ainda assim, a presença de Nicole ao seu lado lhe traz um alívio inesperado.
Alessandro tenta se mover novamente, mas a dor é mais intensa desta vez, arrancando-lhe um leve gemido. Isso é tudo o que basta