A brisa suave entra pelas janelas do camarote, uma brisa que normalmente seria refrescante, mas naquele momento tudo ao redor de Thalia parece sufocante. O eco de seus passos e o bater das ondas contra o iate se perdem no ritmo acelerado de seu coração. Os braços de Leonardo, fortes e firmes, a carregam como se fosse a coisa mais frágil do mundo, mas também a mais preciosa. O calor de seu corpo contrasta com a frieza do ar — e com a frieza dela mesma. Embora se sinta protegida nos braços de Leonardo, o peso da vergonha e do medo a esmaga por dentro.
Ele a leva até o camarote como se fosse uma princesa, com os braços firmes em torno de seu corpo, sem vacilar nem por um instante. Os convidados da festa se afastam sem que ele lhes dê atenção. Entra no quarto com passos decididos, cada um deles preenchendo o espaço. Aproxima-se da cama e, com cuidado, a deita sobre os lençóis macios como se fosse feita de cristal. Mas Thalia, em vez de se sentir segura, sente o nó no estômago se apertar ai