Leonardo
A missão era simples: montar um álbum com nossas viagens.
Fui procurar algumas fotos para imprimir. Separei imagens da nossa lua de mel no Canadá — aquele frio absurdo e o sorriso dela tomando chocolate quente —, fotos de Londres, da praia, de um dia no parque. Cada clique me trazia uma memória diferente, um detalhe que eu achava que tinha esquecido, mas estava ali, guardado.
No meio de tudo, me perdi em um outro tipo de imagem: as que eu mesmo tirei dela aqui em casa. Luísa desenhando em silêncio, concentrada no computador, rindo de alguma besteira que eu falei, deitada com o rosto virado para a janela. A luz batia no rosto dela de um jeito bonito. Era ela, na forma mais pura.
Fiquei parado por um tempo, só olhando. Como eu pude ter tanta sorte?
Às vezes penso se aquele contrato não foi uma grande pegadinha armada entre meu pai e o pai dela. Porque tudo tinha começado tão estranho, tão pouco provável... mas hoje? Hoje era como se nada mais tivesse feito tanto sentido.
A verd