O relógio marcava quinze para as quatro da tarde.
O som delicado do piano preenchia a igreja com uma serenidade quase irreal. Amanda caminhava lentamente em direção ao altar, o vestido de noiva ondulando a cada passo como se fosse tecido de esperança. Seu coração batia como se tentasse furar o peito — entre nervosismo, amor e a estranha certeza de que aquele era o momento pelo qual ela lutou durante toda a vida.
Lucca a esperava no altar. Os olhos presos nela, como se o mundo tivesse deixado de girar. O terno sob medida o deixava impecável, mas era o brilho nos olhos dele que a fazia sentir que estava segura, enfim. Amada, enfim. Válida.
Mas então... o som da melodia foi vencido por um ruído humano.
Murmúrios.
Primeiro tímidos, depois inquietos, crescendo como um vendaval preso em paredes douradas.
Alguém ergueu um celular.
Outros, em sequência, começaram a olhar para a tela dos próprios aparelhos. O burburinho virou tensão.
Amanda parou, ainda no corredor, o buquê tremendo entre os d