Parte 7...
Luna
As palavras saíam de mim como se eu tivesse virado um tipo de canal místico entre Eros e a minha personagem. Eu nem sentia os dedos no teclado. Cada toque era uma batida de coração, um sopro quente de desejo, uma frase de duplo sentido tão suculenta que até a tela do computador parecia corar.
“Ele encostou o corpo no dela como quem encosta uma tocha acesa num pavio molhado de gasolina. Ardente. Lento. Pronto para explodir.”
— Hah! - exclamei sozinha, erguendo os braços como se tivesse acabado de vencer uma maratona sexual contra uma deusa grega. — É ISSO! É isso, Luna!
Salvei o arquivo com a euforia de quem encontra um diamante no meio da bagunça da bolsa, renomeando o capítulo para “Capítulo 12 - Incêndio (literal e metafórico)”.
Não hesitei. Mandei direto pra Ana, minha leitora beta, com a seguinte mensagem:
"Reage rápido. Esse capítulo tá pegando fogo, amiga. PS: sem trocadilho, ou talvez com."
Realmente não demorou muito e o celular vibrou. Uma vídeo-chamada.
— Ô,