Alicia Pamuk
Bebo um gole do café, que está muito forte, e volto a comer o bolo para tirar o sabor amargo da minha boca.
— Está muito bom — digo, me servindo de outro pedaço de bolo.
Ouço um celular tocar e vejo que é o do Pablo, mas ele olha para a tela curioso e me pergunto o porquê de não atender.
— Não vai atender? — Brenda verbaliza meus pensamentos.
— Praticamente ninguém tem esse número — responde.
— Mas atende, hijo, talvez seja engano e você já dispensa — é a vez de o avô falar.
Ele respira fundo, ignora a chamada e coloca o aparelho no bolso.
— Quer que eu prepare o carro para irmos... — Faz uma pausa olhando para meu prato — quando terminar?
— O que é isso, Ry? Ela está comendo, que grosseria é essa? Parece que nem está falado com sua chefe? — Brenda diz, fechando a cara enquanto puxa uma cadeira e se senta quase ao meu lado.
Pablo finge não ouvir as perguntas da irmã e permanece me olhando, percebo suas narinas inflando. Ele está incomodado.
— Não estou entendendo essa