Alicia Pamuk
Um mês depois.
Minhas mãos estão suando e praticamente escorregam no volante, minhas pernas tremem e eu não sei como estou conseguindo tal façanha.
Volto a repetir o mantra na mente: É só um carro, não preciso ter medo.
Sinto a mão de Pablo sobre a minha coxa, um sinal de que já fiz o suficiente, então eu paro, mas meu coração ainda está acelerado e duvido que diminuirá o ritmo.
— Quase um quilômetro, amor. — Ele puxa meu rosto e beija minha testa, então segura minha mão e me encara.
— Estão suadas — digo sem graça, mas ele se abaixa e beija cada uma delas.
— Não precisa ter medo, é um processo lento, mas você já conseguiu muito. Quase um quilômetro, eu estou orgulhoso. — Sorri.
Há três semanas, Pablo tem me levado até uma estrada isolada com o objetivo de fazer com que eu volte a dirigir. Eu voltei para a terapia e acabei comentando com ele sobre a sugestão em uma sessão sobre superação de traumas, aonde a terapeuta falou sobre enfrentar um dos maiores causadores, e é c