Andei entre as camas, os olhos vasculhando cada rosto. Até que parei.
Ali, deitada, com o balão de oxigênio ligado à máscara, estava ela.
Olhei para a enfermeira, depois para a mulher naquela cama. As marcas, os hematomas... eu sequer a reconhecia.
A selvageria estava estampada no rosto da minha mãe. Me aproximei com as pernas moles.
Todo e qualquer vestígio da pele maravilhosa dela estava marcado por arranhões, roxos, mordidas.
— Ela está inconsciente. Quando chegou, não parava de chamar pela filha... Infelizmente, é a realidade, mãezinha — disse a enfermeira, uma mulher negra de voz doce. Ela tocou meu ombro num gesto delicado, tentando me confortar. Mas eu me desmanchava em lágrimas.
— E o bebê? — minha voz saiu falha. Aos cinco meses… eu sabia que ele não tinha muitas chances.
— Ele esteve resistindo, mas os batimentos... estão instáveis. É triste… um pai fazer isso, não é? Infelizmente...
Um nó se formou na minha garganta. Fiquei na UTI por horas.
Mas eram muitos pacientes. Ap