Achei que íamos para casa. Mas ele apenas abriu a porta do carro e apontou o banco do passageiro. A minha cabeça latejava por causa do excesso de choro, crises de pensamentos.
— Talvez tenhamos começado errado — disse, sem me olhar diretamente. — Eu deveria ter tirado um tempo pra você. Te mostrar a cidade, os lugares importantes, os meus pais... — Lamentou ao constatar.
— Não precisa — murmurei, ainda confusa com aquela súbita mudança de tom, a cabeça latejando. Ainda tentando digerir o que havíamos vivido minutos atrás, ele parecia outro homem, onde poderia guardar tantos sentimentos.
Mas ele insistiu. E não sei por quê, talvez por instinto, talvez por curiosidade, aceitei ir com ele, eu não queria mais brigas, eu queria me entender com ele, ter alguma conexão.
Seguimos para o shopping. O almoço foi simples — grelhados, arroz, suco natural. Nenhum luxo, nenhuma pressa. Conversamos pouco, mas de forma leve. Pela primeira vez, ele me perguntou coisas banais: se eu gostava de doce ou