Eu não queria que Maria Vitória fosse embora. Ela estava calada, pensativa em muitos momentos, e eu... inquieto. Queria saber como estava sua vida, se havia conseguido se resolver com a mãe, com o padrasto. Mas o tempo que tínhamos estava chegando ao fim. Faltava apenas passar no shopping, pegar o vestido e levá-la. E então, pensar em uma desculpa convincente para Heitor — caso ele perguntasse.
Só não contava com Maria Clara. E ela parecia disposta a destruir qualquer plano meu.
— Eu te fiz uma pergunta, Maria Clara. — Fitei-a firme. — Não ando perguntando com quem você transa ou deixa de transar.
Ela soltou uma risada seca, zombeteira. Passou as costas da mão pelo nariz com desdém.
— É claro que não anda, Alexandre. Você nunca se importou.
Ela jogou a bolsa no chão. Em um impulso, dei dois passos até Maria Vitória, me colocando entre as duas.
— O que é? Está com medo? — Clara disparou, com veneno na voz.
Maria Vitória se encolheu ligeiramente, os olhos arregalados, a respiração visive