Eu já não conseguia mais me controlar — tampouco partir. Sabia o que ela fazia, sabia que estava me provocando de propósito, dançando daquele jeito, sensual, entregue, com aquele garoto. Ela nunca gostou de tipos como ele — isso eu sabia, com a certeza de quem a conhece mais do que deveria.
Quando me aproximei, não pensei. Apenas tomei. Beijei sua boca com fome, com fúria. E quando ela tentou se afastar, vi o susto nos olhos dela — o medo do que estávamos nos tornando. Mas não parei. Segurei sua cintura com um braço e a puxei de volta para mim. E a domei, mais uma vez, num beijo.
— Alexandre... o meu pai... — sussurrou, a voz hesitante, os lábios tão próximos dos meus que quase não houve distância entre nós. Mas ela não teve coragem de se afastar.
Eu sabia. Heitor já havia ido embora. Ele e Ana Liz estavam brigando, eu tinha visto o momento em que ela saiu da pista, furiosa. Aquele caos todo nos favorecia.
— Está preocupada com o seu pai agora? — perguntei, cravando minha pergunta nela