As perguntas começaram de forma tímida, mas logo os alunos se encorajaram. Questões técnicas, dilemas éticos, curiosidades sobre a rotina médica, respondi a todas com a tranquilidade adquirida pelos anos. Eu estava quase relaxando, quase... até ouvir a voz dela.
— Professora Fátima? — veio do meio do auditório, uma voz firme, educada, de timbre baixo, mas perfeitamente audível. Uma voz que eu reconheceria mesmo em meio ao caos de uma emergência. — Posso fazer uma pergunta antes da próxima rodada?
Meus olhos a procuraram até encontrá-la. Sentada no meio da fileira central, vestia um modelo branco rodado, com detalhes azuis. O cabelo preso em um coque alto, brincos discretos. Os olhos, no entanto, brilhavam com algo que não era apenas curiosidade. Era provocação contida. Um desafio.
Fátima assentiu, sorrindo com entusiasmo. — Claro, Mavi. Claro que pode. Gente, a Maria Vitória é minha orientanda, não estranhem a intimidade, entre nós.
Maria Vitória se levantou com calma, ajeitando o ves