Eu esperei que ela me ligasse.
Dias se passaram. Semanas e nada, decidi ligar, era preciso falar com ela, esclarecer, ao ver o nome mãe, liguei.
A cada toque do celular, meu coração disparava, ansioso por ver o nome "Mãe" no visor. Mas, toda vez que tocava, a demora me fazia corroer por dentro, eu precisava ouvir a sua voz, dizer o meu lado da história.
Até que, enfim, ela atendeu.
Respirei fundo, tentando ignorar o tremor na minha voz.
— Mãe?
A resposta veio afiada, carregada de impaciência e algo pior: Desprezo.
— Mavi, pelo amor de Deus, me deixa em paz.
Minha respiração falhou. Franzi o cenho, como se tivesse escutado errado.
— O quê?
— Você ouviu. Para com isso. Para de inventar coisas, de perseguir o Marcelo. Ele já me contou tudo.
O sangue gelou nas minhas veias.
— Ele contou? Contou que tem ido atrás de mim? Que tem aparecido no meu trabalho?
— Você tá imaginando coisas.
— Não estou! Eu tenho provas!
O silêncio do outro lado foi curto, mas cortante.
— Que provas?
Engoli em sec