Capítulo 71
Luna
Na semana seguinte, não pedi autorização. Não procurei aval de Dante. E, acima de tudo, não esperei.
Coordenava a operação sozinha, nas sombras, com a precisão de quem aprendeu que guerra se vence com silêncio, não com discursos. Não usei os canais oficiais — sabia que estavam contaminados demais. Não confiava nos soldados que marchavam com farda limpa e olhos cansados.
Eu precisava de sangue nos olhos.
Escolhi um por um. Leais. Testados. Silenciosos.
Gente que não fazia perguntas. Gente que devia a vida a mim ou a Dante. Gente sem rosto, que não aparecia nos relatórios. Um grupo pequeno, invisível — mas letal.
A caçada começou numa madrugada sem lua.
O primeiro a cair foi Daniel “Byte”, um hacker de vinte e poucos anos com dedos ágeis e língua ainda mais rápida. Ele vivia em um prédio decadente na Zona Norte, cercado por monitores e garrafas vazias de energético. Era ele quem vendia acesso aos servidores da base em troca de bitcoins e pequenas ameaças veladas.
Entrei