Capítulo 70
Luna
A base estava em alerta máximo quando atravessei os portões enferrujados. Os holofotes se voltaram para mim automaticamente, seus raios cortando a escuridão. Os soldados que patrulhavam o perímetro hesitaram ao me ver: minha roupa rasgada, o sangue seco na pele, os olhos fundos e vazios. Um deles levantou o rádio para anunciar minha chegada, mas congelou assim que me reconheceu.
Chiara foi a primeira a correr em minha direção. O alívio em seu rosto se misturava ao desespero, como se ela não soubesse se me abraçava ou me segurava para evitar que eu caísse.
— Meu Deus! Luna! — Sua voz saiu embargada. — Você está sangrando!
Cambaleei por um instante, apoiando-me nos ombros dela. A dor física era nada mais que uma sombra diante do turbilhão que pulsava dentro de mim.
— Estou viva. — A voz saiu rouca, quase metálica. — Isso é o que importa.
Chiara passou o braço por minha cintura, tentando me conduzir para dentro.
— Você precisa de atendimento! Vamos levá-la pra enfermaria