Enquanto isso , na sala de jantar , Matteo e Morandi almoçavam .

Morandi acomodando-se na cadeira à direita de Matteo. O som do garfo tocando o prato quebrou o silêncio, ecoando alto demais na imensidão do salão.

Os empregados haviam sido dispensados. Na mesa, apenas os dois , o mafioso e seu braço direito. O leal e o temido.

- Posso fazer uma pergunta , Chefe ? — perguntou Morandi, servindo-se de um pouco de vinho.

Matteo permitiu.

- Algum motivo em especial que fez com que o Senhor me convidasse para almoçar?

- Na verdade , nem é um motivo especial . Apenas para conversar mesmo.

- E a bailarina ?

- Mandei levar o almoço no quarto . Vai que ela tenta escapar de novo .

Morandi cortou a carne com calma, mas não comeu. Estava pensando. Observava o chefe discretamente, cada movimento medido, cada olhar ausente.

Nos últimos dias, algo havia mudado em Matteo DeLuca. A frieza, antes tão absoluta, começava a se quebrar em pequenas rachaduras. Ele demorava mais para reagir, falava menos, fu