NARRAÇÃO DE STEFAN...
Meu irmão tinha que fazer isso? Ele sabe que não falo com o meu pai. Sabe de tudo — e, ainda assim, a primeira pessoa que vejo ao lado dele é justamente meu pai.
A raiva cresceu no peito, latejante. Não consegui ficar no mesmo ambiente. Precisava respirar. Saí do terraço e avisei a Evelyn que voltaria logo. Eu só queria ficar bêbado. Peguei uma garrafa de champanhe e entrei no hotel.
Pelo corredor, ouvi a voz do meu pai me chamando.
Ignorei. Aprendi com ele — fui ignorado a vida toda.
— Stefan, pare! — ele gritou, enquanto eu apertava o botão do elevador sem parar, desesperado, como num daqueles filmes em que o mocinho foge de um ataque de zumbis.
Mas, em vez de zumbi, era o meu pai. E, sinceramente, eu toparia trocar por um zumbi. — o clima certamente seria menos sufocante.
A porta se fechou, mas ele conseguiu entrar. Senti a claustrofobia crescer, só por ter que dividir aquele espaço com ele.
— Stefan... — suspirei, entediado, vendo o andar descer lentamente.
—