* Novas Mulheres *

— Se escondendo de novo, Jenie?

— Qualquer coisa para sair daqui.

— Pra fila. – Mandou Calvin, ela engoliu a seco, começou a caminhar lentamente, passou pelos homens que não tiraram os olhos dela até se colocar na ponta da fila. — Desculpe-me, ninguém mais sabe o que fazer com essa maluca.

Jenie respirou fundo. Tudo naquele lugar era uma desgraça total, desde que chegou pela manhã do dia anterior. Ajeitou o cabelo de novo e se colocou em posição de começar seu trabalho. Primeiro, encarou Oscar que assistia a escolha a dedo de Valentin, cheio de orgulho. Ele era bonito, tinha traços fortes que denunciavam sua idade, mas era charmoso, com os cabelos batendo nos ombros, era um gato, por assim dizer. Teodoro estava mais atrás, o cabelo longo já chegava perto da bunda, que naquela calça ficava erguida e sexy.

— Sério que você está olhando pra bunda de Teodoro Bennett? – A voz de Mike na escuta lhe fez rir.

Deixando aquele, ela correu os olhos para Valentin, o engraçado, que ainda escolhia as meninas, segurava na mão de algumas as girando no lugar, era gentil, uma pessoa até animada para o ramo. E por último ela voltou para Tristan e se assustou quando viu os olhos dele em sua direção.

Ela se desconcertou com a intensidade de tudo aquilo, os cabelos caídos ao redor de seu rosto, os lábios rosados entreabertos. Havia um sorriso safado, mas aleatório. Não dava para saber do que se tratava. Ele dobrou o pescoço para um lado, ainda a encarando sem parar, tentou desviar para os outros e viu que a terceira garota já tinha sido escolhida. Calvin e Oscar conversavam sobre as escolhas e tudo parecia tão normal.

Um completo nojo.

Abaixou a cabeça tendo consciência de que tudo que via com seus olhos, Mike, Lilian e Cassius assistiriam pela lente de contrato que adotou quando entrou naquele lugar. Quando a ergueu novamente, ousou olhar novamente para Tristan e como da outra vez, ele a encarava, seu olhar era profundo. Temeu ter sido descoberta.

Ah, como ela poderia ser? Sempre usou o mesmo disfarce e quando prendia seus bandidos, era conhecida apenas como a garota qualquer, e antes da prisão era fugia pedindo ajuda para outro bandido, pulando de casa em casa, então, não tinha como ele a reconhecer de qualquer canto na sua vida dupla.

— Valentin, se apresse, eu não gosto dessa cidade – Oscar reclamou cortando as explicações de Calvin e seu sobrinho assentiu. Olhou para Teodoro que parecia mais preocupado com os homens naquele lugar do que as escolhas do… Namorado? Amante? Seja lá o que os dois tinham, Oscar fingia não ver, e Gildy fingia não saber dos detalhes.

Ele preferia que fosse assim, nunca negaram, mas nunca disseram que sim. Deixando Teodoro e seus segredos, ele focou em Tristan e estreitou os olhos quando notou a atenção que ele deu na última garota que chegou. Seus pés começaram a se movimentar, passando pelas garotas, por Valentin, Calvin, Luke, Teodoro, sem tirar os olhos do filho. E ele estava certo, os olhos do mais novo estavam em cima da garota da ponta, e foi só quando parou na frente dela, de lado que teve os olhos de seu filho de volta.

Ajustando o casaco longo em seus ombros, Oscar girou para Jenie, era mais baixa, quase quinze centímetros mais baixa que ele. De perto, notou os olhos claros, bonitos demais, como uma pérola. Não era de Seant, era diferente, charmosa… Jenie deu um passo para trás, os olhos de Oscar talvez botassem mais medo que os de Tristan, mas com eles ela sentia o pior dos terrores que poderiam lhe acontecer se ele a reconhecesse se soubesse das coisas dela.

— Qual seu nome? - Perguntou ele.

— Jenie – respondeu três segundos depois.

— Bonito nome. E quantos anos têm?

— Vinte e quatro. – Respondeu calma, mas sabendo lidar com qualquer situação que fosse acontecer a partir dali.

— Ah, é bonita, é nova, tem olhos diferentes. – Ele sorriu estendendo sua mão a ela, Jenie encarou a mão que esperava sua própria vontade segurar, claro que ela tinha que fazer isso, e ia, mas esperar um pouco para não parecer tão óbvio era o certo. Jenie tinha que ser escolhida naquela seleção, mas ficar presa nos olhos de Tristan tirara sua concentração de chamar atenção, porém, nenhum esforço foi feito, Oscar mesmo veio em sua direção.

Sem esperar mais, ela ergueu sua mão para o mais velho e esse sorriu tirando-a fila, caminhou com a mesma sem conseguir tirar os olhos do quadril que subia e descia conforme andava. Os seios grandes cobertos apenas por um fino sutiã cheio de brilho, certamente trabalhava com as garotas poucas horas atrás. O cabelo longo batendo em sua bunda, e a franja que sempre caia no rosto, mesmo que ela brigasse para que ficasse para trás. Oscar só parou de andar quando estava diante de Tristan, encarou o filho e sorriu de canto deixando a menina na sua frente.

— É sua. – Foi o disse antes de dar as coisas e voltar para seu lugar.

Jenie entreabriu os lábios, um frio percorreu seu corpo inteiro quando o moreno sorriu em sua direção.

_-_

— Então garotas, eu vou explicar como as coisas acontecem por aqui. - A voz de Valentin era divertida, alegre demais para a situação em que se encontravam.

As cinco garotas estavam novamente diante de uma fila encarando aquele homem que andava e falava de um lado para o outro. Cada uma com suas dúvidas, sem saber como agir, ou esperando a hora certa para correr. O que não era o caso de Jenie, no entanto a garota estudava cada canto da sala na esperança de conhecer melhor o território, a parte maior daquele plano já estava concluída, foi escolhida para ir a Muzan a cidade dos Bennett para saber mais sobre eles e finalmente os prender.

— Eu sou Valentin Bennett, mas vocês já sabem disso, não é mesmo? Tiveram uma viagem divertida conosco até nossa maravilhosa mansão e a nova casa de vocês. - Parou entre elas com as mãos na cintura, não havia sorriso naqueles rostos e isso lhe perturbava.

Certo que o ramo que seguiram era complicado e difícil, mas desde que conheceu o mesmo, soube que Oscar Bennett nunca obrigou uma mulher a se prostituir para ganhar dinheiro com seu corpo. Elas iam e vinham quando queriam, e pagavam uma taxa para usarem a boate, a única coisa que era obrigada a fazer, era manter uma boa aparência e oferecer bebidas aos clientes para que gastassem mais e firmarem-se como clientes fixos.

Isso não era difícil.

— Quer dizer, talvez sirva para vocês como recomeço. - Murmurou mais para si mesmo. — Enfim podem ao menos se apresentar? - As garotas apenas se entreolharam como se perguntassem umas as outras se podiam ou não falar.

— Eu sou Jenie Jones - A morena começou e todas as garotas olharam para a mesma. — Era nova na boate, e quase nunca via essas meninas, me mantinham num quarto escondido, eu só podia ver os clientes quando entravam pela porta. - Valentin concordou se aproximando da morena e parou em sua frente. — Eu tenho vinte e quatro anos e sou de…

— Não quero saber muito a seu respeito. Pelo o que entendi você é uma garota rebelde que quer fugir dos guardas. Mas aqui você não terá esse problema. Não vamos te prender, afinal, você não foi escolhida para a boate, foi escolhida para Tristan, meu primo.

— Prefiro dançar. Eu gosto de dançar. - Valentin estreitou os olhos, interessado. — Eu danço pole dance há muito tempo. Talvez seja por isso que me pegaram. Tá que tentei fugir aquelas vezes, mas sempre fiz meu trabalho muito bem feito.

— Não sei se poderá ou não ir dançar como quer - debochou Valentin analisando bem o rosto da menina.

Quando Oscar entregou-a nas mãos do filho, Tristan apenas concordou a deixando ao seu lado, não disse uma só palavra e a manteve junto das outras por toda viagem, uma ou duas trocas de olhares foi o que viu, nenhuma palavra foi dita aos dois. Talvez Oscar quisesse uma mulher para Tristan a fim de fazê-lo esquecer de Lilian, e se isso acontecesse, já seria lucro.

— Tudo bem. Eu posso te colocar num palco e ver do que você é capaz.

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