Mundo de ficçãoIniciar sessão— Tudo bem. Eu posso te colocar num palco e ver do que você é capaz. - Ela riu e isso deixou o coração quase acelerado. Mudou para a outra parando a frente — E você, como se chama?
— Tain. - A voz saiu baixa. — Sou de Beathan, e só queria poder ver meus pais de novo - fez menção de chorar e Valentin deu um passo à frente para acalentar a garota, mas o que teve foi um afastamento brusco da garota que logo percebeu que podia apanhar como na outra casa. — Eu não queria fazer isso.
— Tá. Entendi que você não gosta que se aproximem, então vou te mandar primeiramente para um lugar aonde você vai se sentir melhor e mais confortável. Não posso te levar aos seus pais porque não é nossa, está aqui apenas emprestada, mas podemos te dar fotos, ou telefonemas, desde que não chame a polícia. Nós queremos viver em harmonia, pode ser? - Tain assentiu ainda amedrontada, Valentin a guiou para uma das garotas que lhe ajudava a manter tanto as meninas confortáveis, e mesmo desconfiada, seguiu-a. — E você?
— Maria. Sou de Valcolink, você sabe. - Ele concordou e até achou bom ter um sorriso discreto em seus lábios. — Você me escolheu.
— É, escolhi. Você se sente bem? - Ela balançou a cabeça confirmando. — O que você gosta de fazer?
— Eu já dormia com homens antes, mas eram encontros marcados por minhas amigas e recebia o quanto queria. Então eu marquei um encontro com uma pessoa errada e me vi no inferno. - Disse mostrando-se calma, mas podia sentir a falta de ar lhe chegando uma vez que o medo de contar essa história novamente lhe deixasse em maus lençóis. — Não me importo de dormir com alguns homens, se eu puder escolher.
— Antes de fazer isso, você também precisa…
— Você disse que dorme com as garotas para testá-las. Você pode me testar se quiser. - Valentin riu de passou para a outra, presa, porém pronta para qualquer coisa.
— Eu sou Sina de Luiziana e se for para testá-la, eu também quero ser testada por você. - Avisou de uma vez.
— Vadias - A quinta garota bradou chamando atenção de Valentin que já não podia conter o sorriso no rosto. — A gente passou por um grande trauma e a única coisa que vocês pensam é em transar com ele? Porque acham que serão as primeiras?
— Podem ser todas juntas, não nos importamos. - Outra voz masculina apareceu na sala assustando as meninas. Valentin só riu se afastando um pouco. — Menos a morena, ela não é nossa.
Todos olharam para Jenie que só piscou os olhos sem saber se aquilo era bom ou ruim de verdade. — Meu pai quer te ver.
— Que? - Jenie se assustou — Como assim quer me ver eu não fiz nada de errado.
— Vamos, te levo lá - Teodoro abriu passagem para que a mesma seguisse pelo caminho com suas próprias pernas e depois de muito relutar atendeu ao comando do mais velho o seguindo para fora da sala. — Ah, tem mais uma coisa - Teodoro parou na porta e mirou os olhos nas mulheres que apenas lhe encaram — Antes de irem para nosso quarto, precisamos conhecer onde as outras garotas ficam, e não que estejam sujas, mas não gosto de mulheres que transpiram medo. Não estamos as obrigando a nada.
Dizendo isso, voltou a caminhar em frente à Jenie que lhe seguiu imediatamente.
Não saberia dizer se estava assustada ou se seu plano estava de fato dando certo. Deveria se infiltrar sem chamar muita atenção, ganhar confiança de um ou outro para saber de seus planos mais intensos, de pessoas próximas, família, relacionamento, mas desde que entrou naquela fila, havia sido escolhida a dedo pelo pior de todos. E quando adentrou aquele avião, achou que o “É sua” tivesse ficado lá na sala, mas ali estava, entrando aparentemente no covil dos Bennett.
Não custou a encontrar Oscar Bennett no fim da sala, mas desviou o olhar quando o viu subir as calças deixando uma garota na cama, está apenas riu de volta se aconchegando dentre os lençóis e as cortinas que escondem o pequeno espaço dedicado a… prazer?
— Achei que fosse demorar mais. - Avisou o homem colocando a camisa que apanhou no caminho. Teodoro olhou da cama para o pai. Não que também não se aproveitasse das garotas que imploravam para ter atenção, mas sua mãe não merecia. — Jenie Jones, você é muito bonita.
— Obrigada. - Respondeu alguns segundos depois ainda se sentindo exposta dentro de um lugar pequeno com dois homens poderosos, perigosos, começaria seu trabalho naquele momento. — O que posso fazer para lhe ajudar?
— Quando te escolhi, te dei especificamente para um homem, para um dos meus filhos, quero que você fique perto dele. - Jenie não disse nada. — Você é bonita e charmosa, o tipo de garota que ele procura quando está afim.
— Por quê? - Cruzou os braços — E o que vou ganhar em troca? Dinheiro? Não preciso disso.
— Luke disse que você é de Seant e as garotas de Seant aparentemente são rebeldes, quentes e selvagens. Interessei-me por você não porque é bonita, mas porque é de Seant, nossa terra natal, onde Tristan se apaixonou por uma filha da puta que o tira do sério e também nos tira do sério. Se fizer com que ele esqueça aquela mulher, manteremos você aqui. Até comprarmos-te de Calvin. Sei que viver lá é um grande inferno, não é?
— Não quer voltar aos seus pais? - Teodoro perguntou parando logo atrás do pai. — Rever sua mãe, ou qualquer pessoa que conheça? Não têm amigas ou uma vida que queira de volta?
— Não faço milagres, por acaso a outra mulher tem algum laço com ele? Se ainda se encontram?
— Não é da sua conta. - Oscar respondeu. — Agora vá. Teodoro te levará a um lugar, faça o que você sabe fazer de melhor.
Sem questionamento, Jenie seguiu o homem de volta aos corredores, subiram algumas escadas e no fim de tudo, foi colocada em frente a uma porta e depois um sorriso de Teodoro, ele foi embora a deixando ali. Ficou algum tempo do lado de fora até ter coragem para entrar, encarou todo o quarto antes de parar em cima da cama com algumas roupas.
Ela arfou dando alguns passos para trás e antes de chegar a porta, viu o dono do quarto sair do banho enxugando os cabelos numa toalha branca, trajando nada mais que uma cueca. Eles se encararam por alguns segundos e então Tristan voltou a caminhar como se ela não estivesse ali. Vestiu uma calça que buscou do armário e se jogou na cama fechando os olhos. Jenie encarou o tronco desnudo e desviou para o resto do quarto, o que diabos ela estava fazendo ali mesmo?
— Eu sei o que ele te mandou fazer. Mas eu não to afim. Pode ir e dizer que fez seu trabalho. - Ah, então a garota que as pessoas querem que ele esqueça é Lilian Stewart, mas vendo-o daquele jeito, não seria nada fácil. Porque eles não se pegavam logo? Lilian ainda era apaixonada por ele, e pelo visto…
Saberia disso com um pouco mais de tempo, e então, precisava mesmo ganhar a confiança ao menos de Oscar.
— Assim tão rápido? O que vão pensar de você?
— Como assim o que vão pensar de mim? - Murmurou quase dormindo, realmente não estava ligando para ela ali.
— Dizem que os Bennett são bons tanto nos negócios quanto na cama com mulheres, então se eu sair agora, as pessoas vão desconfiar dessa fama. - Tristan abriu os olhos puxando seu corpo para se sentar. — Podemos sentar e conversar, ou podemos…
— Sai - Ordenou mais forte e Jenie sorriu jogando o cabelo para trás. Viu a garota dar costas e fazer pouco da situação. — Porque você estava me olhando?
— Porque tenho olhos. Adeus. - Bateu a porta de uma vez. Tristan estreitou os olhos admirando todo o lugar antes de encarar a porta outra vez.
— Vadia. - Tornou a deitar.







