Selene Castiel
A primeira sensação foi o frio.
Não o tipo que arrepia a pele — o tipo que gela a alma.
O chão era áspero.
A luz... inexistente.
O ar, mofado. Podre. Estagnado.
Tentei me mover, mas os pulsos ardiam. Cordas. Apertadas. Feitas por mãos que sabiam como prender alguém que luta.
— Oi? Têm alguém aí? — minha voz saiu fraca, rouca, trêmula.
Nada. Só o som distante… de um gotejar. Regular. Mecânico. Irritante.
Acordei. Não só do torpor. Acordei pro pesadelo real.
Fui sequestrada.
E não por qualquer um.
Por Vincenzo Mancini.
Um dos homens mais perigosos do submundo europeu.
O tipo de nome que nunca aparece em manchetes… mas que está por trás de todas elas.
E agora… estava atrás de mim.
Pisquei. A visão adaptando. Uma câmera no canto.
Estavam me vigiando.
— Covarde… — sussurrei. — Me prende num buraco e não tem coragem de me olhar na cara?
Uma luz acendeu com estalo.
A porta se abriu.
E ele entrou.
O fantasma. O predador. O veneno.
Vincenzo Mancini.
Elegante. Impecável. O tipo